7 de maio de 2024   
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Assentou-se na solução adoptada – estádio clássico aberto –, não só por estar de acordo com o partido paisagístico seguido na execução do plano geral, que permitiu, para a sua localização, o feliz aproveitamento de uma depressão da encosta do Esteiro, mas também por se ter em vista movimentar, em impressionantes perspectivas, grandes formações de desportistas.
A localização escolhida, que obrigou a remover 450.000 metros cúbicos de terra e rocha, permitiu reservar o vale para a instalação de outras modalidades desportivas, que só nele poderiam ter lugar, tais como piscinas, campos de futebol, râguebi, courts de ténis, etc.
De linhas sóbrias, que o tornam diferente do vulgar, construído com materiais da região, foram utilizados nela cerca de 11.000 metros cúbicos de alvenaria e cantaria. As suas bancadas, com 25 quilómetros de extensão, têm capacidade para 48.000 lugares sentados, 60 por cento mais que a lotação previamente considerada, número já hoje insuficiente, o que virá a impor a sua ampliação.
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Os seus recintos destinados à prática desportiva – relvados, pistas e caixas para saltos e lançamentos – podem considerar-se modelares. Foram, durante a sua construção, realizados interessantes problemas de drenagem e consolidação de terrenos.
Alguns elementos do seu conjunto estão ainda por concluir – falta de que o vulgar espectador se não apercebe –, tais como o prolongamento da colunata, instalação de som e luz, torre da maratona e pira olímpica, instalações sanitárias para o público, arrecadações, etc., que muito contribuirão, uns, para uma mais eficiente e perfeita utilização e, outros, para mais aumentar a sua beleza.
Constituindo como que um anexo do estádio de atletismo e futebol, rodeado por uma extensão da mata mista que desce da encosta do Esteiro para o vale, estão em vias conclusão dois campos de treino – um em tudo semelhante ao daquele, com relvado, pistas, caixas para saltos e lançamentos, e outro de terra batida – destinados à prática de atletismo, futebol, hóquei em campo, etc.
Neste grupo foram previstas as instalações para espectadores e jogadores, que permitirão a sua utilização pelas modalidades desportivas de menor interesse, em vista das pequenas massas de público que movimentam, pelas organizações escolares, pela Mocidade Portuguesa e por todos aqueles que sem o desejo de competição deles pretendam utilizar-se.
Constituirão, com os pequeno campos a construir no vale e destinados à prática de outras modalidades desportivas – voleibol, basquetebol, etc. –, a possibilidade de uma mais frequente utilização do valioso conjunto que virá a ser o Estádio Nacional. Com capacidade para cerca de 5.000 espectadores, fácil estacionamento e acesso através do vale, já hoje, apesar de incompletos, permitem uma frequência média mensal de cerca de 600 desportistas. Oposto ao núcleo citado, e separado dele pela ribeira do Jamor, servido por boas vias de trânsito, encontra-se localizado, numa feliz adaptação local, o pavilhão destinado às grandes competições de ténis.
De linhas elegantes, constituído por óptimas instalações para público e jogadores, com capacidade para cerca de 2.000 espectadores, enquadrado por um recinto ajardinado de agradável aspecto, terá anexos dezanove courts para treino.
(Continua)

(Parte LIX de …)



15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (059)

(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – Estádio Nacional – Júlio José Netto Marques – Presidente da Comissão Administrativa das Obras do Novo Estádio de Lisboa)

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